Maquinários atenderão a demanda crescente do corredor logístico Centro-Sudeste
Redação TranspoData
Foto Marcio Ferreira, Ministério dos Transportes, Divulgação
Locomotivas com baixo consumo de combustível, adaptadas às condições climáticas brasileiras, com nível de emissões reduzido, projetadas para carregar toneladas e mais toneladas de carga mesmo em trechos íngremes ou curvas acentuadas. Essas são as principais características da dúzia de equipamentos entregues na sexta-feira (05/07), em Contagem (MG), para operação na Ferrovia Centro Atlântica S.A. (FCA).
Quem ajudou a fazer os equipamentos, não esconde o orgulho. “Tenho 42 anos de vida com ferrovias. Comecei aos 13 anos ainda como office boy e construí minha carreira e minha vida profissional neste ramo. É uma alegria muito grande fazer parte disso, porque sei que é um trabalho que atravessa o Brasil”, expôs Renato Moreno, gerente industrial.
Durante a cerimônia de inauguração do lote pela empresa responsável pelo trecho, a VLI, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, acrescentou que as máquinas já têm uma pegada de sustentabilidade muito forte. “São capazes de reduzir as emissões em 20% em comparação com outros equipamentos e, apesar de terem mais potência, podem trabalhar inclusive com biodiesel”, explicou.
A FCA é a maior do país, atravessando sete estados. Com investimento de cerca de R$ 300 milhões por parte da administradora, as locomotivas atenderão à crescente demanda de carga de grãos, açúcar, fertilizante e outros produtos, escoados principalmente entre Goiás, Minas Gerais e São Paulo. “Esse ativo, apesar de ter sido comprado pela VLI, é nacional, pertence à nação brasileira”, relatou Fábio Marchiori, CEO interino e diretor de finanças, supply chain e serviços da VLI.
O corredor centro-sudeste é um sistema logístico essencial para os fluxos de importação e de exportação, conectado ao Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), localizado em Santos (SP). A estrutura do corredor inclui dois terminais integradores, em Uberaba (MG) e Guará (SP), onde é feito o transbordo da carga para o sistema ferroviário. “Com a entrega de locomotivas para a concessão da FCA, poderemos ter uma operação ferroviária mais eficiente, com maior velocidade comercial, e com isso trazer demanda de usuários, aumentando a capacidade operacional”, completou o secretário nacional de transporte ferroviário, Leonardo Ribeiro.
Avanço tecnológico
Adquiridas junto à Wabtec Brasil, as locomotivas ES43BBi são do tipo heavy-haul, projetadas para garantir o máximo desempenho mesmo em rampas íngremes, túneis apertados ou vias com curvas acentuadas. O modelo tem baixo custo de ciclo de vida, longos períodos entre revisões e de preparação para integração com soluções de software, com potencial de aumentar ainda mais a eficiência e a segurança, otimizando a condução dos trens.
Com a concretização deste negócio, a VLI acumula a aquisição de 23 locomotivas em um período de pouco mais de um ano, com investimentos que ultrapassam R$ 500 milhões. Em março, a companhia anunciou a aquisição de oito novos modelos, também fabricados no Brasil, com previsão de entrega para o final de 2025.