Terminal portuário tem mais de 30 mulheres em cargos de liderança
Redação TranspoData
Foto TCP, Divulgação
Nos últimos 10 anos, a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, mais do que dobrou o número de mulheres alocadas no setor de operações. Em cargos de liderança, o avanço é ainda mais expressivo: já 33 líderes femininas, número seis vezes maior do que o registrado em 2013.
A empresa estabeleceu como uma de suas diretrizes aumentar a ocupação de mulheres em todas as áreas, principalmente no setor de operações. “Existe um alinhamento com os gestores para priorizar a triagem de currículos de mulheres para vagas que exigem mais atenção, organização e cuidado, como para operadores de RTG e CT, por exemplo”, assinala Washington Renan Bohnn, gerente de RH e qualidade.
Segundo o executivo, além de mais oportunidades de emprego no terminal, o crescimento no número de profissionais em cargos operacionais é reflexo das mulheres se sentirem mais seguras e confiantes para buscarem vagas e desenvolvimento nesta área, recebendo suporte e treinamento da empresa, como é o caso de Solange do Rocio Ramos, operadora de CT. Ela trabalhou como comerciante desde a adolescência e decidiu aprender a dirigir caminhões por influência do marido, que é motorista.
Há seis anos ingressou na TCP dirigindo caminhões convencionais na antiga área de depósito, mas logo foi promovida e recebeu treinamentos da empresa para operar CTs, cargo que ocupa desde 2021. Também treina novos operadores, já tendo formado três motoristas de CT. “Sinto-me reconhecida por hoje poder treinar as motoristas que farão parte da equipe da TCP. É muito bom ver que aqui damos oportunidades para novas profissionais, mostrando que o lugar da mulher é onde ela quer estar”, ressalta.
Daniele Midori (foto) faz parte da turma das 10 primeiras mulheres a integrar uma equipe de operadoras de caminhões de transporte na TCP, isso há 12 anos. Ela trabalhou quatro neste equipamento, capaz de carregar até 85 toneladas e responsável por transportar os contêineres dentro do terminal entre as pilhas e o cais. Após este período, teve a oportunidade de participar de treinamentos e oportunidades internas, sendo promovida para o cargo de operadora de RTG, função que desempenha há oito anos. “No início não foi fácil por conta do medo de altura, mas aos poucos aprendi a executar a função com segurança e satisfação. Tenho muito orgulho por ser operadora de uma máquina de grande porte”, revela.
Os RTGs são guindastes em forma de pórtico, responsáveis por empilhar os contêineres no pátio do terminal. Eles têm capacidade de içamento de 46 toneladas e possuem uma altura de elevação de 21,2 metros, o equivalente a um prédio de mais de sete andares.
O terminal conta com 62 CTs e mais sete devem chegar ainda em 2024. Já os RTGs somam 40, sendo que 11 foram adquiridos no último ano. Dos 102 equipamentos, 19 são operados por mulheres. São 13 operadoras de CT e seis de RTG. Destas, nove profissionais já trabalhavam na TCP e alcançaram os novos postos por meio de progressão e treinamento e 10 foram contratadas via processo seletivo direto para estes cargos. “A TCP tem a preocupação de desenvolver e capacitar suas profissionais para que tenham as mesmas oportunidades que os homens e possam estabelecer um plano de carreira no terminal, que não as limita quanto à posição hierárquica ou cargo que exige treinamento técnico”, completa Washington Bohnn.
A TCP é considerada a maior empregadora do litoral paranaense, somando 1.500 funcionários. Só em 2023, 70 mulheres foram contratadas, totalizando 303 profissionais, o que representa 20% da força de trabalho do terminal.