Ainda que inferior do consolidado em 2022, indústria define resultado como positivo
Roberto Hunoff,
Foto Rodofort, Banco de Fotos
A indústria nacional de implementos rodoviários poderá vender 150 mil produtos ao mercado interno neste ano, abaixo das 154,7 mil unidades entregues em 2022. O acumulado de janeiro a novembro chega a 137.877 unidades, recuo de 2% sobre igual período de 2022, representando média mensal de 12,5 mil emplacamentos, dos quais 7,5 mil são veículos pesados e
5 mil leves. “Mesmo com provável menor número de emplacamentos, a indústria terá um ano bom para seus negócios”, avalia José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários.
A configuração com 4º eixo, por sua maior capacidade de carga e adaptação às necessidades operacionais, é apontada pelo dirigente como um dos responsáveis pela rentabilidade dos negócios. Outro fator importante foi o mercado de aluguel. “O operador logístico entendeu que alugar um implemento rodoviário é uma opção viável”, explica.
O volume de emplacamentos foi menor em novembro na comparação com outubro. Foram 12.790 produtos ante 13.911. A causa indicada é o menor número de dias úteis em novembro e mais emendas de feriado. “Os dias parados afetam as vendas e a atividade industrial, reduzindo o ritmo de produção”, assinala Spricigo.
A previsão do Banco Central, expressa no boletim Focus divulgado no dia 4 de dezembro, indica que o PIB do ano deverá ser de 2,84%. Para 2024, a expectativa da autoridade monetária é que o crescimento da economia brasileira seja de 1,5%. A taxa Selic, reduzida nesta semana para 11,75%, tende a cair para 9,25% no final de 2024. “São perspectivas boas, mas insuficientes para assegurar crescimento estável. Precisamos de mais políticas voltadas ao desenvolvimento da indústria, rigor nos gastos públicos e suporte para reduzir a inadimplência e o endividamento das empresas”, observa.
Em 11 meses, o segmento de reboques e semirreboques consolidou alta de 9,5%, com 82.438 emplacamentos. Os resultados mais expressivos estão concentrados nas famílias de tanques inox e carbono. O primeiro avançou 150%, para 630 unidades, e o segundo, 45%, para perto de 6 mil. Os modelos graneleiro/carga seca tiveram crescimento de 45,5%, somando 19.283
emplacamentos, ficando ainda mais próximos do líder, o basculante, que cedeu 0,35%, com 22.515 unidades. O modelo florestal apresenta o pior desempenho, com recuo de 35%, para 2.384 emplacamentos. Das 14 famílias, cinco apresentaram desempenho negativo.
Dentre as carrocerias sobre chassi, apenas dois avançam no ano. O melhor desempenho é do baú lonado, com 340 emplacamentos, e alta de 6,5%. O mais vendido, o baú alumínio/frigorificado, teve alta de 1%, totalizando 22.480 unidades. O pior resultado é do modelo betoneira, com declínio de 34% e venda de 962 produtos. O total vendido em 11 meses é de 55.439 unidades, declínio de 15%.
No mercado externo, a indústria obteve resultado positivo de 6%, no período de janeiro a outubro. Foram 4.784 embarques.