Acompanhe a evolução dos veículos de transporte rodoviário de carga desde quando os humanos criaram a carroça.

Ao longo da história da humanidade, sempre foi necessário o uso de tecnologia para o transporte de cargas de maneira mais eficiente e rápida. O primeiro grande salto tecnológico da humanidade foi com a invenção da roda que se deu por volta de 3 mil antes de Cristo. A partir daí surgiram os primeiros projetos de carroça que a humanidade conhece ainda nos dias de hoje.

O desenvolvimento da primeira carroça surgiu quando alguém teve a brilhante ideia de usar tábuas de madeira por cima das rodas, que eram ligadas por eixos para facilitar a locomoção com cargas mais pesadas. Essas cargas foram ficando cada vez maiores com a expansão do comércio no mundo, e com isso, a carroça foi tomando sua forma que ficou tão conhecida.

Duas ou quatro rodas, ligadas por eixos, que sustentavam o espaço onde seria transportada a carga. Geralmente tracionadas por cavalos, mulas e burros. O uso das carroças permitiu a humanidade explorar e conquistar novos territórios, expandindo o comércio e o transporte.

Junto com a revolução industrial, em meados do século 18, se iniciou o desenvolvimento do motor a vapor, o que possibilitou a evolução de outras ideias. Entre elas, o primeiro modelo de caminhão auto impulsionado. Dispensando, assim, a necessidade dos animais que puxavam as carroças antes. Agora o trabalho seria feito por homens e máquinas apenas.

O que é conhecido hoje é que o primeiro caminhão foi criado na França no ano de 1770, e seu nome era “Fardier à Vapeur”, o que em tradução livre pode ser dito “Vaporizador”. O Vaporizador tinha em sua estrutura uma caldeira na dianteira, que gerava o vapor para o caminhão se mover. Com 3 rodas, pesava cerca de 2,5 toneladas e podia transportar 1,5 tonelada. Na teoria, sua velocidade máxima seria de 7,8 Km/h, mas acredita-se que essa marca nunca foi atingida.

 Porém, por mais que tenha sido uma grande inovação para a época, o “Vaporizador” não é considerado por todos como o primeiro caminhão da história.

Assim sendo, no ano de 1895, o alemão Karl Benz desenhou e construiu o que seria considerado o primeiro caminhão da história. Ele foi feito com um motor de combustão interna, diferente do motor a vapor. No ano seguinte, a montadora alemã Daimler construiu o primeiro caminhão movido à gasolina, batizado de “Phoenix”. Contava com 4 cilindros, além de duas marchas de velocidade e uma marcha ré, uma inovação para a época. Com motor de 4 a 10 HP, chegava de 3 a 12 Km/h, carregando até 6 toneladas e com um consumo de aproximadamente 17 Km para cada litro de gasolina.

A Daimler foi lapidando o projeto inicial até chegar no produto que seria usado em massa nas fábricas alemãs. Com esse objetivo concretizado, a empresa alemã poderia iniciar a comercialização de seus caminhões com outros países.

O primeiro país a comprar um caminhão Daimler, por volta de 1896, foi a Inglaterra, que passava por um grande processo de industrialização, e optou por substituir seus caminhões a vapor pelos a combustão. E a partir daí o comércio se expandiu para os outros países europeus e até para a América.

No Brasil, assim como nos outros países do mundo, o caminhão chegou pelas importações. Na década de 1920, foi feito artesanalmente “o primeiro automóvel construído no Brasil”, como foi apresentado pela imprensa da época. O caminhão, batizado de “Bandeirante”, foi idealizado por um imigrante português que residia no Rio de Janeiro.

O veículo foi inteiramente construído nas dependências da A. Prestes & C. Ltd, fábrica de máquinas para beneficiamento de café, onde também haviam peças de reposição para automóveis, o que possibilitou o português José Augusto Prestes concretizar o projeto do primeiro caminhão fabricado em terras tupiniquins.

O “Bandeirante” contava com um motor de 60 HP e tinha capacidade para 7 toneladas. O automóvel emblemático, ficou apenas 12 dias aqui no Brasil, e então foi para Europa, participar da exposição ibero-americana em Sevilha, na Espanha.

Os jornais nada mais publicaram após sua ida para Europa. Muito provavelmente ele também se tornou o primeiro automóvel brasileiro a ser comercializado no exterior.

Já na década de 1940, a FNM (Fábrica Nacional de Motores), fundada no governo Getúlio Vargas, tinha o objetivo de construir motores para aviões que seriam usados na segunda guerra mundial. Com o objetivo fracassado, a fábrica brasileira, entrou em acordo com a italiana Isotta-Fraschini para produzir seus caminhões sob licença.

E, embora a empresa italiana estivesse em falência, o FNM D-7300 entrou para a história junto com o pioneiro “Bandeirante”. O D-7300 era equipado com motor a diesel (um grande diferencial dos outros caminhões que rodavam o país na época) de seis cilindros, potência de 100 HP e capacidade para 7,5 toneladas de carga.

É inegável que alguns caminhões se destacaram em toda essa história. No Brasil, o Mercedes L-1113, também conhecido como “fusca das estradas”, foi o mais vendido da história. O modelo surgiu em 1969, com um motor de seis cilindros e 147 HP. A sua cabine, suspensa por molas e por dois amortecedores de dupla ação, foi um dos segredos para o sucesso com os caminhoneiros brasileiros. Afinal de contas, se as estradas são ainda ruins hoje em dia, imagine como eram há mais de 50 anos. Foram 200 mil unidades vendidas até o ano de 1987, quando o L-1113 parou de ser fabricado e deu espaço para outros modelos da marca, como o 1313, 1513 e o 2013. Caminhões muito similares com maior capacidade de tração e carga. No ano de 2020, estimava-se que ainda rodavam pelo país 170 mil unidades do icônico “fusca das estradas”.

Caminhão está intimamente conectado com a história da evolução humana. O transporte de cargas evoluiu junto com os automóveis. Graças à mobilidade motorizada, a humanidade pôde se expandir e criar redes de comércio e distribuição.

Certamente estamos vivenciando agora uma nova revolução em curso nos meios de transporte. Eletromobilidade e utilização de células de combustível estão no radar das grandes marcas de caminhões. Não está distante, também, os veículos autônomos. Ainda teremos muita história para contar sobre essas incríveis máquinas de transportar carga.

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