Com mais de 40 anos de mercado, a Mira Transportes atua no transporte de cargas de valor agregado do Sul e do Sudeste para o Centro-Oeste e Norte do Brasil

Por Daniela Giopato e Juliana Santana

Roberto Mira Júnior, diretor geral da Mira Transportes

Com 40 anos de mercado e quinze filiais espalhadas pelo Brasil, a Mira Transportes se tornou uma das empresas mais tradicionais do mercado. Atendendo principalmente as regiões Centro-Oeste e Norte do País, a organização passa por mudanças tanto na diretoria, quanto nos processos de suas entregas, graças as inovações tecnológicas presentes no segmento. Sendo assim, a TRANSPODATA conversou com o diretor geral da Mira Transportes, Roberto Mira Júnior, sobre todas as mudanças estruturais e econômicas desse setor.

TranspodataPrimeiramente, você poderia nos contar qual é o perfil da Mira Transportes?

Roberto Mira Júnior – Claro! Nosso perfil é transportar cargas de valor agregado do Sul e do Sudeste para o Centro-Oeste e Norte do Brasil. Então, nessas regiões, nós somos a empresa mais tradicional da atualidade. Ou seja, esse trabalho é acompanhado de grande experiência.

TDCom um Brasil passando por constantes oscilações econômicas, qual é a melhor saída para empresas de transporte?

Mira Júnior – Eu acredito que seja a diminuição de custos fixos. Não tem como gastar tanto, sendo que a gente pode terceirizar diferentes trabalhos e operações. É claro que isso pode mudar eventualmente. Mas quem vai determinar isso é o mercado. Tudo é muito relativo. Foi uma mudança brusca para a nossa administração lidar com todo esse novo cenário, mas a gente precisa evoluir. Não é porque estamos há 40 anos no mercado que ainda não existam meios de crescer. Muito pelo contrário.

TDUm dos maiores objetivos dessa edição é entender como se constrói o movimento de renovação da logística, por conta dessa nova era digital. Você poderia dar sua opinião sobre como isso se desenvolve nas transportadoras e no mercado?

Mira Júnior – Eu acho que não tem como falar de futuro da logística sem falar de e-commerce. É uma tendência. Certas empresas grandes chegaram ao Brasil mudando toda a operação, por meio da montagem de alguns centros de distribuição estratégicos. O varejo brasileiro começou a entrar na mesma onda. Nos resta saber lidar com todo esse cenário e se enquadrar sem perder nossa qualidade. O mercado pede isso.

TDVocê citou o e-commerce. Qual a sua opinião sobre essa nova onda econômica que envolve tal segmento?

Mira Júnior – Como eu disse, acredito que essas empresas gigantes de compra on-line já estão dando uma boa “sacudida” na questão do e-commerce no Brasil. Nós o vemos crescer. Vai continuar crescendo. Se vocês repararem, brasileiro gosta de shopping. No entanto, o mundo está ficando mais cômodo e rápido. As decisões estão mais rápidas. Então, eu acho que a tendência é o povo diminuir a ida para o shopping e comprar mais pela internet.

TDNo meio desse crescimento do e-commerce e, consequentemente das transportadoras e empresas de logística, quais são as dificuldades?

Mira Júnior – A logística em geral no Brasil ainda é um desafio. Ainda não existe a infraestrutura necessária para podermos fazer uma malha boa. As estradas são complicadas, tornando difícil o acesso. Sem contar a segurança, que nos obriga a investir cada vez mais em sistemas de controle e monitoramento de cargas.

Com mais de 40 anos de mercado, a Mira Transportes atua no transporte de cargas de valor agregado do Sul e do Sudeste para o Centro-Oeste e Norte do Brasil

TDE como ficam os prazos com todas essas dificuldades? Como é competir com outras transportadoras na entrega em cidades mais afastadas do Norte ou do Centro-Oeste do Brasil?

Mira Júnior – Na realidade, o prazo é o mercado que determina. Se você for fazer uma entrega de São Paulo (SP) para Belém (PA), existe um prazo padrão que todas as empresas que fazem a região usam. Para agilizar as entregas contamos com parceiros para atender determinadas regiões.

Para Mira, a logística no Brasil é um desafio por conta da falta de infraestrutura viária em algumas regiões e insegurança que obriga as empresas a investirem cada vez mais em sistemas de controle e monitoramento de cargas

TDQuem são esses parceiros?

Mira Júnior – Nossos parceiros são transportadores regionais que já são especializadas em entregas em cidades e territórios de difícil acesso. As empresas regionais conhecem a infraestrutura do seu estado. Por exemplo, existem cidades do Norte que o acesso só é possível por meio de balsas. Então, é determinado que as entregas só podem ocorrer dia sim, dia não. Hoje é assim que o mercado funciona. A importância delas para a logística do Brasil é essencial.

TDIsso é uma tendência também para as transportadoras digitais? Usar esse serviço de trabalhadores regionais?

Mira Júnior – Olha, eu acredito que sim. É possível fazer tanto parceria com empresas de pequeno porte, como com autônomos. Eu sempre falo: uma hora na prática alguém vai ter que entregar a mercadoria na porta. Isso não vai ser via Internet. A tecnologia não precisa ser usada para tirar empregos. Muito pelo contrário, ela pode agregar e ajudar na economia.

TDE isso pode ser aplicado também em relação a entregas em regiões metropolitanas?

Mira Júnior – Sim. A Internet e o mundo digital são, sem dúvida, um avanço para as transportadoras. Mas como eu disse, é sempre importante lembrar que é necessário alguém fazer esse serviço da porta, do atendimento ao cliente. Para mim, nessa parte, a responsável será sempre uma empresa de transporte, com estrutura fixa, com funcionários qualificados e com certa tradição de relação com as pessoas envolvidas no destino.

 

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