De forma objetiva, a irresponsabilidade e o oportunismo de um projeto de lei inconsequente para a Economia e para o setor automotivo estão em forma de pontos positivos e pontos negativos.

Orlando Merluzzi, Sócio e diretor da MA8 Management Consulting Group

Projeto de Lei do Senado n° 304, de 2017 – Institui a política de substituição dos automóveis movidos a combustíveis fósseis e altera a Lei nº 9.503/97. Proíbe a venda de veículos novos movidos a gasolina ou diesel a partir de 2030 e a circulação de qualquer automóvel com motor a combustão a partir de 2040. (Fonte: Agência Senado)

PRÓS:

  1. Obriga a indústria automobilística nacional a acompanhar a evolução da indústria global.
  2. Obriga o setor de telecomunicações a se equiparar aos países desenvolvidos.
  3. Eleva o Brasil ao mesmo nível de preocupação com o meio-ambiente dos demais países desenvolvidos e/ou comprometidos com as políticas globais de redução de emissões.
  4. Cria um novo mercado no Brasil para os derivados do setor eletrotécnico/eletroeletrônico.

CONTRAS:

  1. Não define as políticas fiscais, tributárias e incentivos que tornem o carro elétrico viável economicamente, tanto para o produtor quanto para o consumidor.
  2. Não define o destino para mais de 60 milhões de veículos a combustão em circulação no ano de 2040 (projetados), quando a frota será proibida de circular.
  3. Coloca sob risco a Petrobrás e as distribuidoras de combustíveis no país. Se a Petrobrás atuar em novos negócios, competirá com a Eletrobras.
  4. A proibição dos motores a combustão matará a tecnologia flex.
  5. O volume de vendas será drasticamente reduzido, colocando sob enorme risco o setor automotivo, responsável por 20% do PIB industrial no Brasil.
  6. Pode haver demissões em massa no setor automotivo e um potencial caos social.
  7. Estabelece uma Lei Brasileira sobre um produto ainda em desenvolvimento no mundo, sendo uma tecnologia com depreciação acelerada e evolução constante, principalmente na questão das baterias. Daqui 20 anos o produto será outro.
  8. Não leva em consideração se o mercado consumidor irá aceitar a nova tecnologia.
  9. Não leva em consideração as novas tecnologias em desenvolvimento, para os próprios motores a combustão interna, como no caso da ignição por plasma.
  10. Apresenta enorme risco para a economia do País, uma vez que os volumes do mercado automotivo brasileiro representam só 3% das vendas mundiais e os investimentos necessários no parque produtivo não se pagam, podendo afugentar algumas montadoras do Brasil, antes das datas finais, previstas no projeto.

MA8 Management Consulting Group classificou da seguinte forma esse projeto de lei:

A proposta em tramitação demonstra desconhecimento sobre o setor industrial, setor automotivo e setor econômico, podendo causar um impacto negativo irreversível para o país. O setor automotivo engloba, montadoras, fornecedores, redes de concessionárias, logística de distribuição e sistemas financeiros agregados, além do fato que, a frota circulante é um patrimônio dos proprietários. Esta é a opinião da MA8 Management Consulting Group.

1 COMENTÁRIO

  1. Podem começar chorar. Esse avanço vocês não vão poder ” Parar ” nem com a ajudinha do filho de Lula. Brasil, muda ou vai ser engolido sem ir muito longe, do setor automobilístico de Argentina e Chile. Todos e cada um dos pontos indicados em sua matéria, são simplesmente choro de criança por seu pirulito. A qualidade de todos os veículos feitos em Brasil são uma vergonha por tanto. Só um ignorante pode rejeitar uma tecnologia nova por cuidar os interesses de que não está nem aí para os seus. Nesse Mundo, Take it or Leave it !!

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